Estava lendo mais uma vez o livro de Celso
Antunes intitulado Trabalhando Habilidades, Construindo Ideias (2001) depois de
muitos dúvidas e questionamentos sobre como elaborar o plano de curso do professor.
Ao ler este livro, tomei nota de alguns pontos que julgo essenciais para a
nossa melhor compreensão da temática. Para não correr o risco de fazer uma
interpretação errada do que Antunes queria dizer, trago aqui algumas citações
que considero imprescindíveis e logo em seguida faço a minha análise
particular sobre seu ponto de vista. Convido você a junto comigo fazer essa reflexão
e ao final tentarmos chegar a algumas conclusões.
Para
começar, um conceito de habilidade...
Podemos
definir habilidade operatória como : capacidade
cognitiva ou apreciativa específica que possibilita a compreensão e a
intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais; aptidão que pode ser estimulada e que ajuda a fazer conexões e construir significados. (
p. 22)
Com
essa definição, acredito eu, podemos entender que a nossa prática docente deve
estimular aptidões que ajudem nossos educandos a fazer conexões entre os
conteúdos, conseguindo relacioná-los com seu cotidiano.
Outra
citação que julgo bastante pertinente para melhor compreendermos o que seriam
essas tais habilidades a serem desenvolvidas em sala de aula é:
Em uma
visão mais avançada, o conteúdo é o objeto e as habilidades operatórias, a
‘ferramenta’ para trabalhá-lo, gerando a desestabilização. A simples explanação
de um conteúdo representa o fim do
problema; o uso de habilidades em sua análise
instiga a inteligência e a
aprendizagem significativa. ( Antunes,
2001,p 23)
Eu
acho essa explanação de Antunes fenomenal! Ele parte do princípio piagetiano de
que a aprendizagem, de fato, surge de uma situação problema. Só podemos afirmar
que aprendemos algo quando somos capazes de
solucionar problemas utilizando as ferramentas ( habilidades) que desenvolvemos.
Infelizmente construímos um sistema educacional em que as escolas tinham como
função dar as respostas de como
solucionar esses problemas, quando na verdade, ainda numa visão piagetiana, a
escola e a prática do professor ( mais especificamente), deveriam desafiar os
alunos , despertar dúvidas para que o aluno fosse em busca das respostas – aí
sim teríamos uma aprendizagem significativa e consequentemente uma educação de
qualidade .
Mas
voltemos ao livro de Antunes...
É
interessante a reflexão que ele também faz sobre a relação conteúdo e
habilidade. Eu fico a imaginar as dificuldades que temos enquanto professores
quando temos que fazer um plano de curso, pois fomos formados a trabalhar
conteúdos e fazer todo o nosso planejamento tendo-os como base, aliados ao livro
didático que já traz uma sequência de conteúdos a serem trabalhados. Realmente
é muito complicado desconstruir o que aprendemos e praticamos durante anos, mas
chega um momento em que verificamos que esse sistema era falho, pois as escolas
acabavam apenas reproduzindo conteúdos, os alunos sendo meros receptores e isso
torna cada vez mais a nossa sociedade alienada, incapaz de pensar por si só, pois
sempre é necessário ter alguém para dizer o que fazer, como fazer, quando fazer
e qual a opção certa, sempre temendo correr o risco de errar, esquecendo que o
erro é o melhor instrumento de aprendizagem.
Antunes,
nesse sentido, afirma que :
É inegável que o velho argumento de que ‘não adianta ensinar
habilidades se os vestibulares ou exames de seleção cobram apenas conteúdos’
está ultrapassado. O primeiro passo para
a reformulação das aulas é deixar de pensar no ‘conteúdo pelo conteúdo’
e fazer dele um instrumento que permita ao aluno treinar ações, expressas por
verbos contextualizados nesse conteúdo. Esses “verbos de ação” são as
habilidades operatórias. ( p. 22)
Para
finalizar essa rápida reflexão, não podemos esquecer o que de fato significa
então trabalhar com habilidades em nossa prática pedagógica.
Trabalhar
com habilidades significa valorizar a experiência dos alunos e estimular suas pesquisas, mostrando que as perguntas ou dúvidas são
sempre mais importantes do que as respostas
e elaborando com eles processos não-formais de ensino . Significa
também integrar a ação escolar à realidade
dos alunos. ( p.77)
O
trabalho para o desenvolvimento de habilidades certamente permitirá que façamos
dos nossos alunos não meros reprodutores de conhecimentos e saberes construídos
por outros, mas sim autores de novos conhecimentos construídos com dinamismo,
criatividade e autenticidade. E é isso
que desejo!
Por Ana Carolina Novaes de Araujo
Março/2011
ANTUNES,
Celso. Trabalhando Habilidades: construindo idéias.São Paulo: Scipione, 2001. (
Pensamento e Ação no Magistério)
OLá, primeiramente, parabéns pelo BLOG, meu nome é Ariane, sou estudante de PEDAGOGIA, e estou aprendendo sobre as habilidades operatorias, gostaria de saber se voce tem este livro de celso Antunes em PDF.
ResponderExcluirVou deixar meu e-mail
ariane88guilherme@gmail.com
desde já grata.
bjs
gostaria de saber se vc tem esse livro em pdf, obrigada meu email kell.bitencourt@hotmail.com
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