segunda-feira, 30 de abril de 2012

REFLEXÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES NO ESPAÇO ESCOLAR




Estava lendo mais uma vez o livro de Celso Antunes intitulado Trabalhando Habilidades, Construindo Ideias (2001) depois de muitos dúvidas e questionamentos sobre como elaborar o plano de curso do professor. Ao ler este livro, tomei nota de alguns pontos que julgo essenciais para a nossa melhor compreensão da temática. Para não correr o risco de fazer uma interpretação errada do que Antunes queria dizer, trago aqui algumas citações que considero imprescindíveis  e  logo em seguida faço a minha análise particular sobre seu ponto de vista. Convido você a junto comigo fazer essa reflexão e ao final tentarmos chegar a algumas conclusões.
Para começar, um conceito de habilidade...
Podemos definir habilidade operatória como : capacidade  cognitiva ou apreciativa específica que possibilita a compreensão e a intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais;  aptidão que pode ser  estimulada e que ajuda  a fazer conexões e construir significados. ( p. 22)
Com essa definição, acredito eu, podemos entender que a nossa prática docente deve estimular aptidões que ajudem nossos educandos a fazer conexões entre os conteúdos, conseguindo relacioná-los com seu cotidiano.
Outra citação que julgo bastante pertinente para melhor compreendermos o que seriam essas tais habilidades a serem desenvolvidas em sala de aula é:
Em uma visão mais avançada, o conteúdo é o objeto e as habilidades operatórias, a ‘ferramenta’ para trabalhá-lo, gerando a desestabilização. A simples explanação de um conteúdo  representa o fim do problema; o uso de habilidades em sua análise  instiga a inteligência  e a aprendizagem significativa.  ( Antunes, 2001,p 23)
Eu acho essa explanação de Antunes fenomenal! Ele parte do princípio piagetiano de que a aprendizagem, de fato, surge de uma situação problema. Só podemos afirmar que aprendemos algo quando somos capazes de  solucionar problemas utilizando as ferramentas  ( habilidades) que desenvolvemos. Infelizmente construímos um sistema educacional em que as escolas tinham como função  dar as respostas de como solucionar esses problemas, quando na verdade, ainda numa visão piagetiana, a escola e a prática do professor ( mais especificamente), deveriam desafiar os alunos , despertar dúvidas para que o aluno fosse em busca das respostas – aí sim teríamos uma aprendizagem significativa e consequentemente uma educação de qualidade .
Mas voltemos ao livro de Antunes...
É interessante a reflexão que ele também faz sobre a relação conteúdo e habilidade. Eu fico a imaginar as dificuldades que temos enquanto professores quando temos que fazer um plano de curso, pois fomos formados a trabalhar conteúdos e fazer todo o nosso planejamento tendo-os como base, aliados ao livro didático que já traz uma sequência de conteúdos a serem trabalhados. Realmente é muito complicado desconstruir o que aprendemos e praticamos durante anos, mas chega um momento em que verificamos que esse sistema era falho, pois as escolas acabavam apenas reproduzindo conteúdos, os alunos sendo meros receptores e isso torna cada vez mais a nossa sociedade alienada, incapaz de pensar por si só, pois sempre é necessário ter alguém para dizer o que fazer, como fazer, quando fazer e qual a opção certa, sempre temendo correr o risco de errar, esquecendo que o erro é o melhor instrumento de aprendizagem.
Antunes, nesse sentido,  afirma que :
 É inegável que o  velho argumento de que ‘não adianta ensinar habilidades se os vestibulares ou exames de seleção cobram apenas conteúdos’ está ultrapassado. O primeiro passo para  a reformulação das aulas é deixar de pensar no ‘conteúdo pelo conteúdo’ e fazer dele um instrumento que permita ao aluno treinar ações, expressas por verbos contextualizados nesse conteúdo. Esses “verbos de ação” são as habilidades operatórias. ( p. 22)
Para finalizar essa rápida reflexão, não podemos esquecer o que de fato significa então trabalhar com habilidades em nossa prática pedagógica.
 Trabalhar  com habilidades significa valorizar a experiência  dos alunos e estimular suas pesquisas,  mostrando que as perguntas ou dúvidas são sempre mais importantes do que as respostas  e elaborando com eles processos não-formais de ensino . Significa também  integrar a ação escolar à realidade dos alunos. ( p.77)
O trabalho para o desenvolvimento de habilidades certamente permitirá que façamos dos nossos alunos não meros reprodutores de conhecimentos e saberes construídos por outros, mas sim autores de novos conhecimentos construídos com dinamismo, criatividade e autenticidade. E é  isso que desejo!
Por Ana Carolina Novaes de Araujo
Março/2011
 REFERÊNCIA
ANTUNES, Celso. Trabalhando Habilidades: construindo idéias.São Paulo: Scipione, 2001. ( Pensamento e Ação no  Magistério)




2 comentários:

  1. OLá, primeiramente, parabéns pelo BLOG, meu nome é Ariane, sou estudante de PEDAGOGIA, e estou aprendendo sobre as habilidades operatorias, gostaria de saber se voce tem este livro de celso Antunes em PDF.
    Vou deixar meu e-mail
    ariane88guilherme@gmail.com

    desde já grata.
    bjs

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  2. gostaria de saber se vc tem esse livro em pdf, obrigada meu email kell.bitencourt@hotmail.com

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